quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A ARTE REGIDA POR EDITAIS.



Um artista que busca consolidar o seu trabalho no mercado cultural da música além de possuir talento e conquistar a simpatia do público, tem que definir a sua identidade no meio artistico. Muitos poderiam não concordar com esta afirmação já que as manifestações culturais diaologam com vários segmentos, resgatando e reconstruindo suas influências. O ponto em questão nao é a análise do hibridismo desenvolvido pelos artisticas, mas sim as constantes transformações que são regidas por interesses.



Não culpo a ingenuidade dos artistas que preferem sofrer transformações ditadas pelas oportunidades festivas ao decorrer do ano. O fato é que muitos destes músicos praticamente já compõem a folha de pagamento dos cofres públicos. Então, para que esteja na ativa nos doze meses do ano, é necessário que ao longo das atividades culturais que são propostas pelos órgãos patrocinadores, que o artistica sofra esta metamorfose para que de fato tenha uma oportunidade.
Pude observar com maior apreciação o período carnavalesco de 2010 no Maranhão. Muitos colegas de trabalho, aderiram aos editais criando os seus respectivos projetos paralelos para saudar e se integrarem na folia de momesca. Em outros anos ja observei que estes mesmos artistas praticamente já estao viciados nessa construção, ou seja, já faz parte do seu planejamento anual.
Em fevereiro, eu toco carnaval, em junho toco musicas juninas e por ai vai! Agora cabe uma pequena reflexão! Principalmente para os que incentivam esta prática. Nosso estado tem uma vasta diversidade cultural e bons representantes de cada segmento. Cada época do ano deveria ser representada única e exclusivamente por aqueles que passam o ano inteiro se preparando para aquela época especifica, mas que no entando tem o seu lugar ocupado pelos oportunistadas dos editais.
Assim, o enfraquecimento cultural maranhense está cada vez mais consolidado, porque nossos representantes que poderiam divulgar as nossas produções culturais pelo Brasil e pelo mundo, mudam de cor a qualquer instante. Enquanto nossos caros colegas não perceberem que a expansão cultural não é um produto de uma ação isolada, vão apenas colaborar para o seu congelamento produtivo e de todos os outros artistas que tem o seus canais fechados porque os que "representam" a comissão de frente não possuem identidade!

Um comentário:

  1. Partilho da mesma opinião. Mas ao mesmo tempo acho ridículo o fato de profissionais da música ficarem sem trabalho no período do carnaval, por exemplo, simplesmente porque não tocam axé ou músicas do gênero.
    Falta respeito e falta impor respeito!

    Bem vindo a blogosfera =)

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